domingo, 18 de outubro de 2009

Muita chuva, casa cheia e invasão marcam o show da Pitty no Rio


Chuva e confusão no Rio de Janeiro, turistas rondavam pela Lapa enquanto filas de pessoas vestidas de preto e branco (como mandava o "convite") se formavam em frente ao Circo Voador. Era Pitty, roqueira baiana, que voltava aos palcos cariocas para mais um show na casa. A apresentação marca a turnê de lançamento do novo álbum, "Chiaroscuro", da banda que é formada pela vocalista natural da Bahia, além de Martin Mendonça (guitarra), Duda Machado (bateria) e Joe (baixo). A performance foi marcada por uma casa cheia, muita água e um som que mescla vários estilos em um.

Com cerca de uma hora e meia de show, Pitty executou canções dos álbuns anteriores ("Admirável Chip Novo" e "Anacrônico"), mas o destaque ficou por conta das melodias presentes em "Chiaroscuro". Sem banda de abertura, o show teve início com um certo atraso, às 22h40m, após uma longa espera dos fãs, que já lotavam o picadeiro desde as 20h. Do novo CD, "8 ou 80" foi a primeira música, percebida pela batida característica do bumbo que a inicia, seguida por "Memórias", do anterior. Após isso, a noite seguiu com o repertório dominado por outras do mais recente trabalho, como "Medo", "Trapézio" e "Todos Estão Mudos", mas sem esquecer de hits do passado, como "Admirável Chip Novo".

Em meio a algumas músicas, caso de "Memórias", logo no início, espécie de experimentações vocais e riffs soltos puderam ser ouvidos, coisa possível graças à apresentação ao vivo, sem limites para a criatividade dos artistas. Em "Desconstruindo Amélia", Pitty fez o público participar, convocando todas as mulheres da plateia, em referência ao mito da "mulher de verdade". Como a cartilha de um típico show musical manda, há o momento das musicas calmas, baladinhas, que aqui foram representadas por "Equalize" e "Na sua estante", seguidas das agitadas "Brinquedo Torto" e "A Saideira", que, pelo nome, dava a entender que o show estava no fim, mas não era completamente mentira.

A partir dali, iniciava-se o último trio de canções para a noite, com "Máscara". A cantora lembrou que antigamente esta era a última música de seus shows, justamente por ter sido o primeiro single a ser lançado, ainda em 2003, no início da carreira solo (após fazer parte das bandas Inkoma e Shes). A melodia marcou também o tradicional
cover de uma música aleatória que Pitty faz em seus shows, como foi o caso de "Like a Virgin" (Madonna) e "Highway to Hell" (AC/DC) em apresentações passadas. Desta vez, a faixa escolhida foi "Bad Things", do cantor country americano Jace Everett e tema abertura do seriado "True Blood", que foi tocada no meio de "Máscara". Era o fim? Ainda não. Mais estava por vir.

Primeira música de trabalho do novo álbum, "Me Adora", foi a penúltima a ser ouvida, com grande animação do público, com direito a palavrão transformado em palavrinha inofensiva, de tão comumente repetido. Do disco ao vivo "Desconcerto", Pitty trouxe a canção que fechou a noite, "Pulsos", de forma quase trágica, graças a constantes invasões dos fãs ao palco. A princípio, seguranças da casa retiravam prontamente os invasores, que foram oficialmente permitidos pela cantora baiana momentos depois. Este talvez tenha sido o maior erro da noite, quando o número de pessoas no palco quadruplicou, o que resultou no desligamento de instrumentos e possivelmente prejudicando um
gran finale, que não passou de um encerramento comum, sem surpresas. O resultado óbvio: O público do Rio perdeu o bis, com "Déjà Vu" e "Seu Mestre Mandou", apresentado no show de São Paulo.

Setlist:
8 ou 80
Memórias
Medo
Fracasso
Admirável Chip Novo
Semana que Vem
Trapézio
Água Contida
Brinquedo Torto
Rato na Roda
Equalize
Na Sua Estante
Desconstruindo Amélia
A Saideira
Máscara (medley com "Bad Things" - Jace Everett)
Me Adora
Pulsos

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